Junho é o mês do Orgulho LGBTI+, um período que afirma que a diversidade de afetos, expressões e identidades deve ser celebrada e não reprimida. O orgulho não é um gesto de vaidade. É sobre liberdade de existir, de se vestir, de amar, de sentir.
A data tem origem na Revolta de Stonewall, em 1969, nos Estados Unidos, um levante contra a violência policial sofrida por pessoas LGBTI+ naquele país. Desde então, junho tornou-se símbolo da luta por direitos e da afirmação de uma identidade que, durante muito tempo, foi invisibilizada ou tratada como tabu. Esse período gera debates, dúvidas e alguns preconceitos. Entre as perguntas que mais aparecem, uma tem se destacado: “por que não existe o orgulho hétero?”. A questão, levantada por algumas pessoas de fora da comunidade, parte de um equívoco que precisa ser enfrentado com informação, empatia e, sobretudo, educação.
Quem ajuda a esclarecer o tema é o servidor público municipal de Montes Claros e Presidente do Movimento LGBTQIAPN+ dos Gerais - MGG, José Candido de Souza Filho - Candinho. Ele explica que a provocação surgiu para estimular a reflexão sobre desigualdade: “Nenhuma pessoa hétero sofre discriminação, violência ou intolerância por ser hétero, ao contrário de uma pessoa da comunidade LGBTI+, que é violentada, agredida, julgada por ser quem ela é. Isso,
infelizmente, está nos noticiários. O orgulho LGBTI+ celebra a luta por direitos e visibilidade de uma comunidade historicamente marginalizada”, afirma Candinho. Nesse contexto, há construções sociais rígidas sobre o que significa "ser homem" ou "ser mulher", que surgem a partir da heteronormatividade, relacionada à suposição de que todas as pessoas são, ou deveriam ser, heterossexuais. Esse conceito invisibiliza outras formas de existência e afetividades, também influenciando o processo de autodescoberta e de autoaceitação das pessoas LGBTI+, que são ensinadas a ter vergonha de ser quem são. Além disso, também reforça os papéis de gênero, como por exemplo, a expectativa de que todos os homens ajam de forma viril, heterossexual, emocionalmente contida e
dominante.
O mês do Orgulho existe justamente para nos alertar sobre essas questões e garantir que o respeito seja uma prática diária nas nossas relações. Para a servidora pública, Lívian Venturini, apesar dos avanços, ainda existem muitos equívocos. “Há quem ache que o orgulho LGBTI+ busca ser algo exclusivo ou superior. Mas ele é, na verdade, um grito de igualdade e uma afirmação de identidade frente a opressão”, pontua Lívian.
Combater esses mitos exige diálogo aberto, informação acessível e acolhimento constante, especialmente nos ambientes de trabalho. “Se você ainda sente medo de ser quem é no ambiente de trabalho, saiba que não está sozinho. O MGG está aqui para apoiar você. Juntos e juntas, podemos construir um espaço onde o amor e a diversidade sejam celebrados todos os dias”, conclui Lívian.
O mês de junho é também um convite para quem deseja ser um aliado da causa. Mesmo que você não pertença à comunidade, participar dos debates é uma forma de exercitar a empatia e ajudar a transformar a cultura no ambiente de trabalho e no nosso município. “Convido todos e todas, o trabalho voluntário realizado pelo MGG é uma forma de conhecer, acolher e fortalecer uma sociedade mais justa, respeitosa e diversa e isso começa pelo ambiente de trabalho”,
acrescenta Lívian. A Prefeitura de Montes Claros possui uma Política de Valorização da Diversidade e Inclusão, onde reafirma que o respeito é inegociável e vale para todas as pessoas.
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