Montes Claros. 16h29. 28 ºC. No ar, um cheirinho de churrasco vindo de um dos restaurantes instalados na avenida Flamarion Wanderley, no bairro São José. Na TV, a partida de ida da fase semifinal da Champions League, entre Manchester City e Real Madrid. Nada disso foi capaz de impedir que seis adolescentes se reunissem para praticar uma atividade física na praça do bairro. O esporte escolhido: badminton. Para quem não conhece a modalidade, ela pode ser praticada por dois ou quatro jogadores e é similar ao tênis, uma vez que utiliza uma quadra, rede e raquetes. No lugar da bolinha amarela, uma espécie de peteca.
Os estudantes Aquyles Rosa, Kenyd Sweeis, Vítor Desalira e Narciso Durães, todos com idades entre 15 e 16 anos, estavam treinando para um campeonato que será realizado no próximo sábado, em um clube da cidade. Também treinavam, em outra parte da quadra, as jovens Isadora Santos, 15, e Thalita Gomes, a caçula do grupo, com 13 anos. Orientados pela educadora física Renata Gomes de Souza, que foi professora deles na Escola Estadual Gonçalves Chaves, os jovens fazem parte de um grupo que recebeu o nome de Ágape (palavra de origem grega que quer dizer algo como “amor que se doa”) e que tem como objetivo incentivar os adolescentes a praticar atividades físicas.
Em 2017, a educadora conheceu o badminton e se apaixonou. Inicialmente, pensou que fosse um esporte dispendioso, o que a impossibilitaria de utilizá-lo com seus alunos, mas, pesquisando, descobriu que não era bem assim. Segundo Renata, é possível encontrar um kit com rede, peteca e raquetes por um preço que não é exorbitante, em uma conhecida rede de artigos esportivos que vende seus produtos pela internet. Renata admite que o badminton não é um esporte muito popular, nem em Montes Claros nem no Brasil, e que tem que usar a criatividade para simular as dimensões de uma quadra de badminton em uma quadra poliesportiva, com o auxílio de fitas.
Entre os benefícios da prática do esporte, que tem suas origens entre ingleses e indianos, a educadora destaca o aspecto social, uma vez que os jovens têm a necessidade latente de se sentirem parte de um grupo; o lado psicológico, que foi tão exigido durante a pandemia; e a evolução física e motora, relacionada ao condicionamento físico, sistema cardio-respiratório, concentração, agilidade, impulsão... já deu para entender que a relação da educadora física com o esporte não é paixão: é amor mesmo, né?! “A família inteira acaba jogando!”, acrescenta Renata, o que não é apenas uma expressão, já que sua irmã, a Thalita que “petecava” com a Isadora no canto da quadra, já foi campeã mineira de badminton na sua categoria.
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