O Conselho Municipal de Conservação e Defesa do Meio Ambiente e Recursos Renováveis de Montes Claros (CODEMA) enviou, na manhã desta quinta-feira, 28, ofício à Companhia de Saneamento de Minas Gerais (Copasa), solicitando esclarecimentos sobre o contrato firmado entre o Município de Montes Claros e a estatal. O documento também pede a realização de batimetria na barragem de Juramento.
Foi solicitada a comprovação da destinação e aplicação dos valores previstos no referido contrato, no qual a Copasa se comprometeu em destinar 0,5% dos lucros mensais em ações ambientais, garantindo a preservação dos mananciais responsáveis pelo abastecimento de água na cidade. Uma comissão composta por membros da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e dos Recursos Renováveis (IBAMA), Secretaria Municipal de Infraestrutura e Câmara Municipal vai fiscalizar a operacionalização do contrato.
No mesmo documento, o Codema solicita a apresentação da batimetria da barragem de Juramento. Inaugurada em 1982, o reservatório ainda não passou por esta análise, situação que preocupa autoridades e população em geral, tendo em vista a crise hídrica registrada no Norte de Minas com necessidade, inclusive, de racionamento de água em Montes Claros, de três anos para cá, causando incertezas e transtornos aos mais de 460 mil habitantes do maior município da região.
Com a medida, será conhecida a real profundidade da barragem, bem como sua capacidade de armazenamento de água. Caso a batimetria comprove assoreamento, será necessário fazer o processo de retirada de terra e areia do leito, a fim de garantir a capacidade total de armazenamento e maior tranquilidade à população.
O reservatório foi projetado para 45 milhões de metros cúbicos de água, número que já pode ter sido alterado pelo assoreamento natural ao longo de mais de três décadas. A batimetria é expressada cartograficamente por curvas que unem pontos da mesma profundidade com equidistâncias verticais, semelhantes às de nível topográficas. O secretário de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável e presidente do Codema, Paulo Ribeiro, disse que o processo tem como objetivo levantar a topografia do fundo de barragens e reservatórios. “Com estes dados é possível verificar o assoreamento (sedimentos depositados no fundo), sua capacidade volumétrica e volume da massa d’ água”, concluiu o secretário.
Todos os direitos reservados a Prefeitura Municipal de Montes Claros © 2025