Alpheu Gonçalves de Quadros foi uma personalidade muito importante para Montes Claros. Nasceu no dia 11 de abril de 1900, em uma fazenda às margens do rio Canoas, em Juramento, na época distrito de Montes Claros. Alguns documentos, inclusive, relatam que ele nasceu na “Princesinha do Norte”.
Alpheu foi o primeiro filho de João Gonçalves dos Santos e de Honorina de Quadros Sá e Santos, sendo neto do coronel Ângelo de Quadros Bittencourt (Barão de Gorutuba), que foi tropeiro e fazendeiro. De acordo com João Jacques Gonçalves Godinho, sobrinho de Alpheu, Ângelo foi o responsável por construir nas proximidades de Montes Claros, em uma região denominada Cedro, uma fábrica de tecidos e uma usina hidroelétrica, sendo o primeiro fornecedor de energia elétrica para a cidade de Montes Claros.
Alpheu casou-se com Maria Helena Prates Gonçalves, que exercia a função de educadora e diretora no Grupo Escolar Francisco Sá, durante vários anos. O casal teve duas filhas: Suzana Thereza Prates Gonçalves de Quadros, advogada e professora na Faculdade de Direito da FUNM (Fundação Norte Mineira de Ensino Superior), hoje Unimontes; e Sônia Prates de Quadros Lopes, educadora e professora da Fafil e diretora da Escola Normal Plínio Ribeiro.
Quando completou sete anos, segundo João Jacques, Alpheu saiu da fazenda para estudar em Montes Claros. Na ocasião, morou com seus tios Jacinta de Quadros Quintino (Zizinha) e Donato Quintino. Foi nesse período que concluiu o curso primário no Grupo Escolar Gonçalves Chaves.
Mudou-se para o Rio de Janeiro, onde foi morar com outra tia, Nazinha de Quadros Sá. De acordo com Maria Helena de Quadros Lopes, neta de Alpheu, na "cidade maravilhosa" fez o curso secundário e ingressou na Faculdade de Medicina, diplomando-se em 1927.
Logo após mudou-se para a cidade paulista de Agudos, a convite do seu tio-avô Gasparino Bittencourt de Quadros Sá, então prefeito do município, onde atuou como como cirurgião, ortopedista, clínico, pediatria e obstetra. Maria Helena conta que, tomado pela paixão pela agropecuária, Alpheu retornou para Montes Claros. Já aqui, montou um consultório na rua Doutor Veloso.
De acordo com João Jacques, Alpheu associou-se a dois colegas, Antônio Pimenta e Paulo Roberto, para construir o Sanatório Santa Terezinha, um hospital de primeira grandeza, com amplos recursos, na esquina das ruas Dr. Veloso e Dom João Pimenta, sendo seu diretor por mais de vinte anos. Na casa de saúde, realizou atendimentos cirúrgicos, ortopédicos, de traumas, apendicectomias, colecistectomias, cirurgias ginecológicas e tratou formas graves de tuberculose pulmonar.
Em 1936, ingressou na política. De acordo com João Jacques, Alpheu foi conselheiro da Prefeitura de Montes Claros e, posteriormente, vereador e presidente da Câmara Municipal. Com o falecimento do Dr. Santos, então prefeito da cidade, foi nomeado como seu substituto até o final do mandato.
Em 1947 foi reconduzido ao cargo de prefeito, onde permaneceu até 1950. Suas duas gestões foram marcadas por importantes obras na cidade, como as primeiras pavimentações com paralelepípedo nas ruas Dr. Santos e Presidente Vargas, a captação de água no rio Pacuí e a construção da estação de tratamento de água nos Morrinhos.
Segundo Maria Helena, o político Alpheu foi uma pessoa pacífica, conciliadora, sempre buscando o consenso entre os grupos políticos. Foi atuante no cargo público até os anos 1970, quando deixou a política para se dedicar exclusivamente à medicina: “em sua casa, ele montou um consultório onde atendia de graça a maioria das pessoas, principalmente as mais carentes. Fazia isso porque tinha amor à medicina”.
Alpheu de Quadros morreu no dia 2 de novembro de 1989.
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